De acordo com a pesquisadora Sarah Clark, co-diretora da pesquisa, a manutenção da saúde bucal desde a infância é crucial para prevenir cáries, doenças gengivais e outros problemas que podem afetar a mastigação e a fala das crianças. "Mais de um terço dos pais relataram que seus filhos não escovam os dentes duas vezes ao dia, o mínimo recomendado para uma boa higiene oral", afirmou Clark.
O estudo revelou que 64% dos pais afirmaram que seus filhos escovam os dentes duas vezes por dia, e cerca de 60% disseram que a escovação dura pelo menos dois minutos. No entanto, outras práticas recomendadas de higiene bucal são menos seguidas. Apenas um terço dos pais declarou que seus filhos escovam a língua regularmente, e menos de um quarto afirmou que usam o fio dental com frequência.
Clark explicou que tanto a língua quanto os espaços entre os dentes são áreas propensas ao acúmulo de bactérias, que podem causar cáries, doenças gengivais e mau hálito. Outro hábito pouco comum é enxaguar a boca com água após consumir alimentos ou bebidas açucaradas, prática adotada por apenas 15% das crianças, segundo os pais entrevistados.
A pesquisa também mostrou que apenas um em cada cinco pais afirmou que seus filhos realizam pelo menos quatro das seis principais práticas recomendadas de higiene oral na maioria dos dias. Os meninos apresentaram menor consistência nesses hábitos em comparação com as meninas. As crianças que seguiam menos essas práticas apresentaram maior incidência de problemas bucais.
Além disso, o estudo revelou que mais de um terço dos pais relataram que seus filhos têm mau hálito, especialmente aqueles que seguem poucas ou nenhuma prática de higiene oral diária. As principais causas apontadas pelos pais foram o "hálito matinal" e a falta de escovação e uso do fio dental. Menos de um quarto dos entrevistados associaram o problema a fatores como alimentação, respiração bucal ou doenças dentárias.
Segundo Clark, negligenciar os hábitos de higiene oral pode afetar a saúde geral e resultar em problemas como descoloração dos dentes e mau hálito, o que pode impactar a autoestima das crianças. Ela destaca a importância de os pais garantirem tempo suficiente para a higiene bucal das crianças pela manhã e à noite, além de ensiná-las a escovar os dentes e usar o fio dental corretamente.
Visitas regulares ao dentista
A maioria dos pais entrevistados afirmou que seus filhos foram ao dentista no último ano, mas 7% disseram que a última visita ocorreu há um ou dois anos, e 4% afirmaram que já se passaram mais de dois anos desde a última consulta. Os pais que relataram que seus filhos seguem poucas ou nenhuma das recomendações de higiene bucal também são mais propensos a não levar seus filhos ao dentista regularmente.
A Associação Dentária Americana recomenda consultas odontológicas a cada seis meses para detectar precocemente cáries, monitorar o crescimento dos dentes e orientar as famílias sobre higiene bucal. "As necessidades de saúde bucal de cada criança são únicas. O dentista pode fornecer recomendações personalizadas, como a aplicação de selantes ou verniz de flúor para prevenir cáries", explicou Clark.
A especialista enfatizou que a prevenção e o acompanhamento regular ajudam a evitar tratamentos mais invasivos no futuro. "A detecção precoce permite uma intervenção oportuna, reduzindo a necessidade de procedimentos mais complexos", concluiu.
